Como é bom ser criança
Gabriel, meu sobrinho de dois anos, era super quieto e demorou muito a falar. É pequenino e muito comportado para a idade. Tem preferências por orquídeas, sabe os nomes de todas espécies que o pai possui – adoramos cultivar orquídeas na minha família. Uma outra paixão dele são sabonetes. Abre todos e adora a textura e o cheiro que exalam.
Depois de um dia brincando muito com a Lara, minha sobrinha da mesma idade – uma espoleta – minha cunhada estava cansada e queria dormir, mas Gabriel ainda estava muito longe disso. Escovou os dentinhos, colocou pijama e foi pra caminha. Isto é, foi e voltou umas vinte vezes.
- Mama, Gabiel qué durmi não... Gabiel qué bincá.
- Meu filho, hoje você está um saco... – disse Zani, com a voz mais meiga que conhecemos - nunca a vimos levantá-la para nada.
Zani tentava acalmá-lo, mas ele queria mesmo era brincar. Ela espalhou um monte de brinquedos no meio do quarto e lá pelas duas da manhã meu irmão e minha cunhada não agüentaram e caíram no sono.Por volta de quatro da manhã um Gabriel tímido cutucou a mãe.
- Mama, o saco voltô...