Rindo com a Rose
Ontem foi mais um dia especial. Imagine que todos os momentos de sua vida nunca serão repetidos. Quando eu encontro a Rose, a minha sobrinha que imita uma alemã tentando falar português, é diversão na certa.
Minha irmã veio ao médico em Vitória e trouxe as duas filhas com ela. Alugam um táxi da pequena cidade do interior e aproveitam para, entre um compromisso e outro, almoçar num bom restaurante, conhecer as novidades do Shopping e papear comigo.
Minha irmã e suas filhas são mulheres muito bonitas. A Neguinha é alta, têm olhos verde-água, cabelos louros e encaracolados em salão de beleza. Quando coloca o lápis preto ao redor dos olhos chega “doer as vistas” de tão belo que é. Ela veio com um vestido marfim, longo, tipo indiano. A Rose veio de saia, blusa e sapatos pretos. A Nany é mais esportiva, linda nos seus cabelos ruivos. Pois bem, coloquei uma blusinha verde cheia de babadinhos, uma calça preta, um batom e foi ao encontro das três.
Encontrei a Rose numa loja, com uma platéia de vendedoras, mostrando as tatuagens de pererecas nos quadris e flores ao longo das pernas bem torneadas.
- Meninas, prrestem atençón! Isso tatuache son bunitas i num dueram nadica.
As meninas, estarrecidas, perguntaram o que seria aquele pontinho preto na perna da Rose.
- Ah, issu num ser nada nom. É só um carrapatim, tadim! Me fui nas rossa ondi eu moru i andei num cavalo que me teixô esti bichin tón bunitim! Péra qui chá fô tirá u bichu.
Um monte de olhinhos arregalados viram a Rose retirar o carrapatinho e dizer, para arrematar:
- Mas focês tão cum meda di que? U carrapato já me mordeu, escolheu a Gertrude pra peijá !Num preciça mais ficá cum meda não...
Todas caíram na risada. Onde a Rose passa há uma luz, com certeza.
Peijá = beijar
Teixô - deixou
Gertrude = apelido que ela mesma se dá
Enviado por Sunny L (Sonia Landrith) em 08/08/2007
Alterado em 25/06/2008