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Textos


Que delícia é procurar

 
É fazendo que se aprende a fazer aquilo que se deve aprender a fazer.(Aristóteles)
 


Quando finalmente perceber que se tornou uma pessoa mais equilibrada, vai ver que não foi assim tão difícil enfrentar todas as etapas para ser dona de si mesma.
Antes de chegar definitivamente neste lugar confortável,  ainda terá muitas quedas, tropeços, escorregadelas, recaídas vertiginosas do alto de suas limitações.

Ver-se só entre as dezenas de paredes de sua casa e de seu mundo acontece com “quase” todos. E nem adianta tentar pintar um céu de estrelas, armar um circo bem colorido, encher seu cantinho de objetos bonitos e flores, porque o prazer, enquanto dura a dor, é efêmero. Enquanto seus armários estiverem uma bagunça completa, digna de quem não quer nada com arrumação externa- quanto mais interna – sua louça acumulada na pia, montes de roupas para lavar, outras apenas jogadas sem uso, sua esfarrapada mente de abandonada vai continuar assim.


Do lado esquerdo do cérebro, uma raiva intensa de quem  lhe deu um chute sem mais nem por que. (Isto só depois de muito chorar é que vai descobrir que quem chutou a gol foi você).  Bem no meio de sua mente, vai guardar as boas lembranças -  e as ruins -  e será daí que a choradeira sem motivo começa. O lado direito é de onde vai tirar um tiquinho de juízo que ainda sobrar e recomeçar, a passos bem lentos, a se autodescobrir e lavar a alma com um sabonete bem cheiroso, o melhor que puder ter, e tentar, por favor, um tímido recomeço.

Sua carência chega ao limite quando sua boca vira uma sanfona aberta quando se depara com um olhar que julga ser mais eloqüente ou ganhou um elogio fora de fora. Pra  se apaixonar por algumas horas é questão de segundos. Ainda bem que estas fantasias duram pouco tempo e consegue, a duras penas, endireitar-se e enxergar a vida com as cores reais que ela lhe dá.

Meses passam depressa, sem que se dê conta que o tempo é o seu maior amigo.  É ele quem vai dar-lhe, ainda, algumas boas lágrimas, mas você vai poder usufruir de bons momentos, se realmente passar a procurar por atividades que lhe proporcionem prazer e fazem com que abra aquele sorriso bonito que tinha e que ficou esquecido.  Um cinema com sua amiga engraçada; uma viagem rápida; saídas sem destino; pequenos presentes; rezar – que é muito bom – tudo vai se encaixando devagar no seu cérebro desmiolado, triste e raivoso. 

O tempo vai se encarregar de fazer com que você se lembre de como era bom estar juntos, como era ruim ouvir mentiras, como era bom rir de suas piadas, como era ruim participar de um jogo de cartas onde você era apenas mais uma.
Um dia será capaz de sentir que sobreviveu e pode ser feliz, sim. Nada de meter os pés pelas mãos e perder tempo com quem era apenas mais um personagem importante que faria parte de sua vida. É só ter coragem, força, determinação e ter um estoque de lenços de papel por perto.

Não se tem que provar nada a ninguém. É uma delícia procurar por alguém que merece todo o amor do mundo, por ser a mais especial pessoa: você, você...


 
(Pensamentos vagos de agosto, 2011)



 
Sunny L (Sonia Landrith)
Enviado por Sunny L (Sonia Landrith) em 16/08/2011
Alterado em 24/03/2012


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