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Textos

Sempre aos Domingos

 
 
“Se todos fossem iguais a você...” – Vinícius
 
 
 
Estou sentada há mais de uma hora, sem saber o que escrever. Este domingo é diferente. Algumas camas desarrumadas, restos de maquiagem nos banheiros, 168 fotos registradas em minha eterna companheira. A casa inteira por arrumar, Nina arrastando roupas que encontra nas camas, bolsas usadas cheias de papel, balas, notas de restaurantes, lojas. Sapatos de salto, vestidos de festa, moletons, lenços, chapéus, pacotes de biscoitos comprados na fábrica do caminho para minha terra. Louça pra lavar, toalhas de banho molhadas, cheiro que fica. Não... não é um namorado novo.
 




Metade adolescente, metade menininha, ela veio passar três intensos dias comigo. Rayna tem 11 anos e uma meiguice e beleza que encanta todos. Como mora longe de nós, todos se esforçam para estar ao lado dela, fotografar, olhar pra ela, seu sorriso e o grande amor que sente e demonstra claramente a cada um de nós. Saber que tem primos que ainda não conhece a encanta. Tirar uma foto com a tia Maria, minha querida personagem de muitas crônicas, beijar o rosto da bisavó, afagar a Nina, comer pizza, dançar com todos... tudo isso fica guardado pra sempre.



 
Como toda adolescente, tem pressa de crescer, de usar salto alto, de realçar os grandes olhos azuis e cabelos louros. Nós nos perdemos dentro de cada segundo novo que surge, porque com ela tudo é inédito. Lady Gaga e Byoncée passam a fazer parte de um novo vocabulário em nossa vida. Comunidades de Orkut são criadas num piscar de olhos. Celular toca com aquela pergunta que todos fazemos... - ...Onde está agora?



 

Pra sair temos que nos programar uns longos minutos de espera, pois o banho é longo, cantando músicas em inglês, como se fosse o idioma do nosso Brasil. E depois, com um banheiro igual a este da vovó, cheio de detalhes para serem explorados, lápis de todas as cores para os olhos, perfumes para teste e uso, cremes para antes da maquilagem e depois dela, batons de todas as cores, água quente, cabelos molhados e um secador de cabelos preguiçoso, mas que “funciona direitinho, vó!”



 
Tem aqueles momentos de falar serio, da dificuldade que sente em matemática e geografia, nada que um SPA de aprendiz não resolva. Tem a teimosia normal da idade, a pressa de ser adulta, os diálogos carinhosos com a mãe e outros nem tanto – Rayna insistiu, sem sucesso, para comprar uma bota de salto 15. Claro que tudo tem limite. Se nós, adultos, nos policiamos tanto, imagine como é “domar” uma adolescente como a minha Rayna, como a sua Carolina, Letícia, Mariana...

De uma coisa tenho certeza: o amor que sentimos por elas cabe sim... dentro e fora do coração. É preciso apenas saber cuidar. E esta tarefa é a mais difícil de todas as mães e avós do mundo... Os pais e vovôs observam e se divertem. Sabem o que fazemos e respiram, aliviados!


 
Beijo, Rayna, eu amo você.


 
 
Bom domingo!
 
 
 

Sunny L (Sonia Landrith)
Enviado por Sunny L (Sonia Landrith) em 06/06/2010
Alterado em 29/12/2010


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