Sempre aos Domingos!

Textos

Fazemos anos pra sempre!

Nossa irmã Eloíza fez uma observação ontem à noite e a impressão que me deu é que pensava alto, tamanha a verdade no que falou. No aniversário de dois anos de Dante, nosso sobrinho, exatamente na hora de cantar parabéns, ela disse – “É incrível como daqui a alguns anos este momento ainda estará registrado em fotos e nos lembraremos dele como se fosse hoje.”

Mata fechada detrás de nossa casa.

Uma das coisas que mais aprecio fazer, além de escrever, é fotografar. Sem nenhum esforço maior, tenho a capacidade de entrar dentro de uma fotografia como se estivesse dentro do cenário que capto, seja qual for. Quando fotografo, sorrio junto com as pessoas, como se estivesse dentro da foto.

Olivia, David, Dante.

Flores, pessoas, detalhes, árvores, dizeres, animais, qualquer coisa é motivo para que eu registre a emoção no papel. Papel sim! Pra ficar só no computador em pastas pessoais, não! Copio tudo num cd e vou para a impressão das fotos e monto pequenos álbuns. Uma enchente pode levar toda uma vida – como levou grande parte das nossas memórias, fotos e lembranças há alguns anos - mas num computador avariado é difícil de se recuperar seus dados inseridos. Uma foto de papel não : fica amarelada com o tempo, rasgada, comida por traças, mas sempre sobra alguma coisa pra relembrar. Já reparou que não existe ninguém que tenha se cansado ou desistido de ver fotos de momentos especiais? Numa tarde de chuva, copo de café fumegante, caixas espalhadas no chão e lembranças boas... magnífico!

Jardim da Nega...

Minha família italiana é muito simples, sensível, amorosa demais e fora dos padrões de vida atual. É claro que existe um rastro de romantismo, romance, paixão em cada família, mas a nossa ultrapassa um pouco este limite que muitas pessoas impuseram a elas mesmas: dar um freio ao sentimento exacerbado, porque amar em demasia faz sofrer. Nós todos somos extremamente intensos. Da mesma forma que sentimos felicidade choramos a perda de algum de nós. Bem que tentamos, mas a tal da sensibilidade está presente e latente demais em todos nós: na música, na escrita, na voz, na beleza do lado de dentro de cada um, para alegria de Deus, com tantos agradecimentos que Lhe rendemos todos os dias.

David e Dante, com um amiguinho lindo

Assim com eu, Nega ama fotografia. Ela tem um jardim lindo, onde as flores recebem novos amiguinhos sempre. Neste jardim mora o Negão, um cachorro grande e estabanado, que era o companheiro de meu cunhado Armando, hoje passando por uma fase de “matar um leão por dia”, com uma doença que o leva para longe de nós a cada dia. O Negão tem que ficar preso porque pode derrubar o meu cunhado, muito debilitado fisicamente – mas não impedido de dar suas escapadelas para o grande jardim, quando Nega se distrai e o perde de vista. Nega sabe que eu sou muito observadora e logo perguntei pelos periquitos australianos. Muito triste, contou que um calopsita apareceu no jardim esta semana e ela o colocou na gaiola dos periquitos. Um deles se assustou demais e machucou-se seriamente. O calopsita foi devolvido à sua dona, pois havia fugido. O periquito não sobreviveu e seu amiguinho chorava muito. Dinho rapidamente o levou para o meio de outros, enquanto Nega molhou seus lindos olhos azul-verdes mais uma vez - e hoje não tirou fotos.

Eloiza, Sunny e Zani

Levamos conosco, em fotografias mentais, todos os momentos de nossas vidas – bons, ruins, ternos, tristes, muito alegres. Por isso, ontem andei recolhendo fotos antigas para recordações magníficas. Aniversários, sorrisos, nossos animais, nossas crianças. Nossas paixões, amores que ficaram, amores que se foram...