free web counter
Textos


Espaços Meus, Lugares Teus
 
 
 
Li, um dia :  - “ O meu amor é eterno, infinito, imensurável; ninguém o tirará de mim. Morrerei com ele.”
 
Na época, ainda com muita ingenuidade, não dei muito valor àquelas palavras, escritas para que eu as lesse, mas não necessáriamente eram para mim. Estava muito fascinada com o descobrir o novo: era alguém especial entrando no meu coração, no meu espaço, no meu corpo, na minha vida inteira, sem pedir licença. Era o amor chegando “pra sempre”.
 
Por este amor ultrapassei sinais vermelhos,  acordei em plena madrugada para ouvir-lhe a voz, virei à esquerda nas estradas, percorri centenas de milhas para ficar apenas dez minutos perto. Das vinte e quatro horas disponíveis em um dia, eu reservei vinte e quatro horas e todos os minutos subsequentes do meu pensamento,  sem medidas.
 
Por este amor eu fiz versos pequenos, grandes, bonitos, outros nem tanto, eróticos, prosas, cartas, mensagens. Troquei a maneira de vestir, de pensar, de andar, de sorrir.   Por este amor venci todos os obstáculos que me apareciam; para tudo eu tinha uma solução imediata para atender a qualquer pedido ou pensamento do ser amado.  
 
 Reservava-me o direito de estar num canto qualquer somente para pensar em nós dois, no que fizemos, como foi bom... e retomava o pensamento em cachos, de todos os nossos atos juntos : os pensados ou impensados, continuamente tomando meu lugar no mundo. Apenas fechava os olhos e deixava fluir o meu sonho.
 
Por este amor gastei mais do que tinha, rompi barreiras com sociedade, não tive medo de me expor. Eu amava, sim!

Tristemente ( e felizmente) descobri que existem três sinais do semáforo : o vermelho, o amarelo e o verde. Tudo me é permitido, desde que saiba como lidar com estas três cores. Amar demais machuca, desestrutura, derruba, balança, enfeia.  - Não posso nunca esquecer de mim, que nasci só; tenho pernas e braços somente meus, uma mente linda e limpa, repetia incessantemente esta frase durantes meses a fio.
 
Hoje, exatamente redescobrindo “o eterno amor por mim mesma”,  estou voltando pra mim, mesmo que eu ainda pegue o celular doze vezes por dia, relute, guerreie contra ele e o coloque de volta de onde o tirei.
 
Por este amor fiquei sem nada, nua de tudo. 
Por este amor, eu me afasto dele.


 
Sunny Lóra
21 out 2009

 
 
 
(baseado no texto de Martha Medeiros – O sagrado de cada um)
Mote proposto no Fórum do Recanto das Letras, por Mara Regina Weiss.

Foto: Ponte da Passagem - Vitória - ES

 

 
 

Sunny L (Sonia Landrith)
Enviado por Sunny L (Sonia Landrith) em 21/10/2009
Alterado em 30/12/2010


Comentários

Site do Escritor criado por Recanto das Letras
art by kate weiss design
www.amordepoeira.com -- Academia Feminina Espirito Santense de Letras - AFESL -- www.afesl-es.ning.com