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Textos


A internet e as emoções
 

 
“ Se a ingenuidade ou desinformação mandar via Internet textos apócrifos de Clarice, Drummond ou Borges, inventar uma falsa despedida de Garcia Márquez anunciando que está à beira da morte ou atribuir a Fernando Pessoa versinhos derramados, é cretino e mau denegrir pessoas que nem sabem o que lhes está acontecendo. ... Dois defeitos são inatos e incorrigíveis no ser humano, e de ambos nos livre o destino : burrice e mau caráter. O uso doentio de um instrumento tão fantástico quanto a Internet, quando não é psicopatia, é uma conjunção desses dois melancólicos atributos.”
 
Citação de Lya Luft, Revista Veja, 22 de abril de 2009.

 
                        
 

Quantas alegrias já sentimos, ao ver nossos textos sendo lidos, aplaudidos, acariciados com um simples “Lindo!” – quantas vezes ficamos indignados com um comentário maldoso ou irônico...   

Quantas noites sem dormir porque alguém se julga no direito de invadir a sua maneira de ser, a sua vontade de viver, o preenchimento de sua solidão ou as suas alegrias e partilhas, o afeto que você quer passar ao escrever, seja lá o que for : contos, poeminhas, poemões, poesias, indrisos, haicais, frases ou mesmo um pequeno desabafo numa declaração de amor (ou ódio)! Neste mundo virtual, muitas amizades e desavenças nasceram. Se pensarmos um pouco, é inadmissível que uma pessoa sinta-se no direito de dizer que você não serve, se nem a conheceu, nem sabe as dores que sente ou as alegrias que passam por sua vida.  

 
Antes da Internet, as revistas e livros já nos traziam informações e momentos de grande admiração por pessoas que contribuem com a humanidade, verdadeiros professores. A revista “Seleções”,  mostrando o lado bom ( e ruim) da vida, as brincadeiras das palavras cruzadas, que tanto exercitam a nossa mente e preenchem lacunas de solidão, horas de aprendizado e lazer, centenas de jornais e revistas para todos os tipos de pessoas. Hoje nos deparamos com a “Mente e Cérebro”, uma das maiores invenções literárias nas bancas de revistas dos últimos tempos. Com a Internet, vieram os blogs, verdadeiros espaços de mentes sãs e outras, nem tanto. Depois, os grupos de amizade e outros tantos, dos quais muitos de nós participamos, pelo prazer de conviver e ler o que o colega criou. Outros são apenas deletados... não é assim?
 
Neste mesmo espaço, em questão de segundos, você faz uma visita virtual ao Museu do Louvre ou àquele lugarzinho lindo, cheio de neve, no Canadá. Vê todos os tipos de fotografias, insere as suas, entra em sites de relacionamento; enfim, lê coisas muito boas e outras nem tanto! Uma das coisas mais tristes no mundo de hoje é a pedofilia e os maus tratos em idosos,  presentes em lares de todo o mundo, com o inimigo dentro de nossas próprias casas.
 
A liberdade de expressão é um direito de todos, mas quando esta passa a invadir o nosso espaço interior, o resultado pode ser desastroso. Participo sempre de um lugar de recolhimento, oração e meditação, que é o Convento da Penha, um lugar mágico pra mim. Muitas vezes, do alto da pedra, carreguei uma pequena caderneta e criei muitos textos e poemas. Semana passada, estava na fila da Van para nos levar até o alto do cume, por estar chovendo muito e a pista muito escorregadia, construida com pedras muito lisas.
 
Uma senhora pediu-me para comprar a passagem dela, oferecendo-me “tomar conta” do meu lugar. Outra, muito idosa, ao ver-nos neste gesto de educação e amizade, disse que o lugar de cada um deve ser de luta (sua) e respeito ( ao próximo e a si mesmo) e que nós duas estávamos dando um exemplo de solidariedade.
 
Assim poderia ser, todos os dias, com todos nós, na vida pessoal, real... e também na virtual. Quem sabe as coisas melhorassem... Não nos custa caro sonhar.


Bom dia!

 


Sunny L (Sonia Landrith)
Enviado por Sunny L (Sonia Landrith) em 22/04/2009
Alterado em 03/01/2011


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