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Textos


A lua de Filadelpho

Sunny Lóra
 

Seu nome era Filadelpho, era extremamente alto e louro e não tínhamos como saber a sua idade.
Morava só no sopé de um morro. Ninguém sabe de onde veio. Vivia de cortar lenha para as mulheres da cidade. Ele trabalhava de sol a sol, sem parar e, em troca, ganhava alimento para o dia. Era extremamente calado.
 
Um dia em cada casa... Cortava a lenha, fazia os montinhos tipo fogueirinha, para secar mais rápido. Filadelpho conheceu todos os fogões de lenha de minha terra.

As crianças tinham medo dele ...Usava uma bengala pesada e tamancos enormes que se arrastavam pelas calçadas fazendo um “toc-toc” meio esquisito...

À noite, quando a lua surgia, encostava-se nas casas e ficava olhando o céu. Conversava com as estrelas e dava sonoras gargalhadas... que só de ouvir de longe a gente saia correndo.

 
Os mais velhos contavam que ele ficou assim por ter grande paixão pela lua e as estrelas e estudou muito sobre tudo que se relacionava com o espaço celeste.  Em noite de lua cheia ele olhava a lua e virava lobisomem, era o que os adultos nos faziam crer...Se as crianças não fossem boazinhas ele as levaria pra lua e de lá nunca mais voltavam. Ficariam lá, em cada buraquinho daquele lugar tão lindo!

Hoje acho que ele sorria tanto porque era feliz. Hoje não existe mais a pureza de um Filadelpho ...  que pena!

 
Os sorrisos abertos que ele espalhava pelas calçadas da cidade eram resultado dos poemas que ele fazia e os guardava, apenas na mente, porque não sabia escrever...


(parceria com Maria Cecília Sancio Lóss, minha amada irmã)



Imagem: A dreamy world





Sunny L (Sonia Landrith)
Enviado por Sunny L (Sonia Landrith) em 07/02/2009
Alterado em 20/10/2011


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