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Textos


Paixões paralelas                     

(uma viagem na solidão)

                                                                                     

Amar plantas de todas as cores. São sonhos verdes que crescem e muitas pessoas não enxergam como elas nos proporcionam beleza e nos mostram como a vida pulsa, a cada dia. Eu tenho uma delas, que grita onde quer crescer. Já a troquei de lugar várias vezes. A danadinha sempre me mostra onde quer ir e deixar as suas folhas verdes me mostrar qual é o espaço que desejam estar. Quando a comprei, era linda. Passando os dias, foi murchando e virou um galho seco e sem cor. Eu lhe dava água e perguntava : - Moça, você está bem? – E ela virava as costas pra mim e se negava a crescer. Eu a coloquei bem no meio das outras plantinhas. Nada! Como não respondia às minhas tentativas, um dia falei pra ela que ia colocá-la num lugar diferente, num cantinho da minha varandinha, bem defronte onde eu durmo... No primeiro dia, nada. No segundo, uma pequena folha verde despontava. Uma semana depois, a Verdinha, como eu a chamo, explodiu em beleza. Hoje, eu a visito e digo: - Bom dia, moça! Linda... esta menina!


Não sou boa cozinheira, mas me encanta o verde da couve, do jiló (que muita gente odeia), das batatas amarelas, grandes – e os tomates! Adoro olhar as cores misturadas nas prateleiras dos supermercados. Algumas vezes fui agraciada pelo borrifar automático das águas sobre elas e fico encantada!  Parecem dançar pra mim. Não resisto e levo-as para casa. Para uma só pessoa, três jilós, uma alface e um tomate, umas azeitonas... e está pronto um prato divino, colorido e saboroso. Prometo repetir a dose, mas o resto vai pro freezer, senão morrem... eles entendem, claro.


O meu celular! Ah, que danadinho é este aparelho... se fico longe dele, nem me lembro que existe. Mas, enquanto escrevo, se este inimigo estiver perto de mim, haja “eu te amava” nas mensagens sem resposta... nunca... nem adianta tentar. Se valeu...não sei. O que ainda dói não vale a pena, eu acho.

..

Nina é uma vira-latas diferente. Precisei de dinheiro pro pão hoje... quem não precisa... até eu! Como ela estava de olho comprido, levei esta menina comigo, em mais uma tentativa inútil de  colocá-la comportada no carro.  Depois de pedir mil vezes para deixar-me dirigir, cheguei no banco e disse –Nina, fique quieta que já volto. Não fico aqui sozinha, disse-me ela. Então tá. Te levo junto. Cheguei no banco com o ar condicionado ligado a todo vapor, pela ausência de ar de seres humanos. Nina estacou no meio do lugar, espalhando seu pequeno corpo no chão frio (sem coleira, necas!). Moço, me ajuda... segura esta chata aqui pra mim? Ele, rindo demais, disse... se não me morder eu seguro esta fera. Segurou, ah, que alívio! Pra tirar a Nina do lugar foi uma guerra. Agora está aqui, do meu lado, pedindo pra brincar de bola, que é uma pequena borboleta de pano que me roubou e dorme com ela todas as noites. E a doce “mamãe” vai... Fiz até gol.


A família de longe... hoje mamãe real arrumou uma unha encravada. Neguinha, minha irmã que adoro, borrifou suas orquídeas com um aparelho novo, duas vezes mais pesado que ela. Meus sobrinhos me chamam de alemã metida a poetisa. Um dia vão sentir saudades... e eu vou puxar o pé deles!


Dormi... passou! Hoje é domingo. Domingo???
E tem dia da semana? Todos os dias são iguais. Vivo, sobrevivo...


Esqueci de dizer que tem 838 mensagens no meu e-mail. Uma delas é de uma pessoa especial.

 

Para Tereza da Praia, uma amiga que é amiga sem nada cobrar.
Ilustração : A plantinha citada no primeiro parágrafo.

 

 

Sunny L (Sonia Landrith)
Enviado por Sunny L (Sonia Landrith) em 26/05/2008
Alterado em 31/07/2010


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