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Áudios

* Rir e Aprender *
Data: 26/12/2007
Créditos:
Crônica e voz : "Rir e Aprender" - Sunny Lóra

Software de edição : Audacity

Trilha sonora : Classical Archives

Gravado em 26 de dezembro, 2007


Rir e aprender!


Já faz algum tempo que participo de um grande grupo de voluntariado em um hospital na minha cidade. Nosso trabalho é diversificado, somos um grupo muito organizado. Tem a turma do café, do pegar na mão, de ajudar na limpeza, dos bordados, do bazar, dos bingos, do forró, dos jantares sofisticados, enfim, vale tudo pra ajudar tanta gente que o hospital recebe, com 70% de filantropia.

Durante esta semana estamos reciclando os treinamentos. A equipe do hospital nos recebe, conta em detalhes as novidades e como funciona tudo: as enfermarias, a quimioterapia, a radioterapia,  a hemodiálise, a nutrição, a enfermagem, os pacientes, os acompanhantes e nós, do voluntariado... Você sai de lá achando que sabe tudo sobre o que na realidade, está lidando : perdas em grande quantidade e ganhos enormes. Ser voluntário não é somente sair do hospital com o coração batendo como um tambor, tamanha a emoção daquelas horas que se passa lá dentro. Cada vez que se veste o jaleco cor de rosa (para as mulheres) ou verde (para os homens) passa na gente uma mistura de emoção e vontade de ajudar, de fazer milagres, que nem sempre acontecem.

Tem o lado do riso, também. As duas grandes atrizes do grupo hoje aprontaram de verdade. Um auditório inteiro riu com a bagunça que elas fizeram. Uma delas, arrumadíssima, com make-up e roupas caríssimas, senta-se na recepção da quimioterapia. Celular na mão, leque cheio de flores, sapato alto e ... uma peruca colorida, verde, azul e vermelha cobrindo sua cabeça. De outro, a mulher simples, com uma bolsa de supermercado, uma saia surrada e um boné pra esconder os cabelos perdidos.

Elas dão um verdadeiro show! A simples resolve imitar todos os gestos da mulher rica. Hilariante! Enquanto uma troca de lugar pra ficar bem longe da pobretona, esta, na beleza que só existe dentro de algumas pessoas, imita cada gesto da ricaça. Batom ? Tira da bolsa o seu também e passa nos lábios. Uma barra de cereais é consumida com um monte de bananas e um ovo cozido. Tudo em perfeição simétrica, sem dar uma única palavra, por meia hora de apresentação, onde a sua capacidade de imaginar faz o resto do show das duas.

Saímos do auditório em silêncio profundo.

As risadas foram substituídas por uma reflexão : somos todos iguais, não importa o que sejamos socialmente.




Enviado por Sunny L (Sonia Landrith) em 24/04/2007



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